PRÓXIMA PARADA: PARIS!
Os Jogos Olímpicos de Paris já estão chegando e nada melhor do que relembrar alguns acontecimentos de sua última edição, realizada em Tóquio. Vale lembrar que, por conta conta da pandemia da Covid-19, os Jogos que deveriam ter acontecido em 2020, foram adiados para o ano seguinte (2021). E foi histórico.
O Comitê Olímpico Brasileiro bateu o recorde de medalhas alcançado no Rio em 2016 — 21 conquistas contra 19 na edição realizada no Brasil— e a vantagem só não foi maior por conta de pequenos detalhes que fizeram a diferença nas modalidades em que os brasileiros disputaram.
Nos esportes estreantes naquele ano, o Brasil se saiu muito bem. Foram três medalhas de prata (duas no Skate Street e uma no Skate Park) e mais uma de ouro no surfe. O grande destaque ficou por conta de Rayssa Leal, até então conhecida como a “fadinha do skate”, que no Skate Street, tornou-se a medalhista mais jovem do Brasil na história dos Jogos ao subir no pódio com apenas 13 anos. Gabriel Medina, principal nome do surfe, foi eliminado de forma polêmica nas semifinais e sequer garantiu a medalha de bronze. Coube a Ítalo Ferreira garantir a primeira medalha do surfe brasileiro na história.
Outro nome que ficou marcado na edião de 2021 é o de Rebeca Andrade. A ginasta chegou com a missão de conquistar a primeira medalha da ginástica artística feminina na história das olimpíadas, enfrentando um dos maiores nomes da categoria na atualidade (Simone Biles) e, principalmente, as diversas lesões que sofreu durante seu ciclo olímpico.
Rebeca foi e brilhou. Foram duas medalhas (uma prata e um ouro) e uma marca histórica que carregará não só o nome dela, mas também um legado que contou com nomes como o de Daiane dos Santos, Jade Barbosa, Lais Souza, Daniela Hypólito e tantas outras atletas brasileiras que lutaram pelo ponto mais alto no pódio.
O boxe, que até o Rio-2016 não era um ponto forte do país nas campanhas olímpicas, cresceu de forma espetacular. Do único e inédito ouro conquistado por Robson Conceição naquele ano, o Brasil saiu com uma medalha de bronze com Abner Teixeira, uma de prata com Beatriz Ferreira e uma de ouro com Hebert Conceição — eleita, com muita justiça, a conquista mais emocionante dos Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em enquete realizada pelo Globo Esporte.
Judô, futebol masculino, atletismo e modalidades aquáticas (natação, vela, canoagem e maratona aquática) garantiram outras 10 medalhas para o Brasil e fizeram o país dar um salto considerável no quadro.
A maior surpresa ficou por conta da dupla Luisa Stefani e Laura Pigossi, do tênis, que até uma semana antes do início dos Jogos, sequer estavam classificadas para disputar o torneio. Na partida valendo o bronze, as brasileiras chegaram a estar perdendo o segundo set (que daria a medalha para as russas Elena Vesnina e Veronika Kudermetova) por 9/5 e seguraram 6 matches points seguidos para virar o jogo de modo épico e garantir o terceiro lugar, superando a melhor campanha do Brasil na modalidade, que pertencia a Fernando Meligeni, que conseguiu apenas um quarto lugar no individual masculino durante os Jogos de Atlanta-1996.
O vôlei femino conquistou uma suada e merecida medalha de prata ao enfrentar as favoritas dos Estados Unidos. Já o volêi masculino foi a grande decepção daquela edição.A Seleção Brasileira masculina se classificou para as semifinais em uma campanha até então regular. No jogo contra o Comitê Olímpico Russo, uma das grandes potências do esporte, o Brasil tinha larga vantagem no segundo set — ainda quando o jogo estava empatado em 1 a 1 — mas não soube aproveitar e acabou tomando a virada e, consequentemente, sendo derrotada. Na disputa pelo bronze, outro fiasco contra a Seleção Argentina e uma despedida melancólica dos Jogos.
O Brasil ainda disputou as finais de arremesso de peso com Darlan Romani e arremesso de disco com Izabela da Silva. Ainda nos primeiros dias de competição, o atleta Luiz Francisco ficou a um ponto do bronze no Skate Park. Além disso, o comitê brasileiro alcançou classificações históricas como a de Hugo Calderano no tênis de mesa, Lucas Verthein no skiff simples e Ana Sátila na canoagem slalom.
Essas campanhas de destaque provam que o Brasil possui um enorme potencial, podendo alcançar melhores posições no quadro de medalhas nas edições futuras de Jogos Olímpicos. É possível até mesmo competir com países que são considerados as grandes “potências olímpicas”, como Estados Unidos, Rússia ou China. Só que para isso acontecer, é necessário ter planejamento, incentivo e investimento para os atletas brasileiros, desde aqueles que já competem e fazem parte do ciclo, até os que estão dando seus primeiros passos no esporte.
Por William Araújo